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SEMANA SANTA

Semana Santa. Reflito nas horas da madrugada a respeito da presença de Jesus na minha vida. Sou agnóstica, gosto do ambiente das igrejas, mas não vou à missa, não acredito no Deus contido nas religiões, mas pratico por necessidade, convicção e amor, a minha religiosidade. Embora passeie pelas religiões, não preciso delas para vivenciar a religiosidade. Opto por exercer o Amor de Cristo no dia a dia. Jesus, ainda que me provassem que ele não existiu, eu continuaria a crer na sua existência e a trazê-lo vivo no meu cérebro e no meu coração. Estou convencida de que viver o melhor da vida é compartilhar o que temos de melhor com outras pessoas, amando e respeitando as cidades e a natureza.


Não consigo rezar fazendo alarde e nunca me acostumei às orações decoradas e ditas maquinalmente. Minhas orações são frases ditadas pela razão e pela emoção, sempre de acordo com a circunstância. Independente de tristezas ou alegrias, elaboro minha comunhão com o mundo. Aprecio estar dentro de uma igreja quando ela está em silêncio. Não desmereço as religiões e seitas, passeio por elas, mas não sinto falta de ir a um templo para sentir-me espiritualmente próxima a Jesus. Eu o encontro em qualquer lugar. Absolutamente em qualquer lugar. Sua presença me ilumina o pensamento e as minhas ações em direção ao outro, e seja esse outro superior ou subalterno, rico ou pobre, rei ou mendigo, inocente ou culpado. Não sou perfeita. Disso, afirmo, estou tão certa, que todos os dias aparo as minhas arestas na tentativa de ser uma pessoa melhor. É um trabalho contínuo e sem trégua, porém, a leveza da consciência ao escrever, ministrar aulas, assear a domesticidade, preparar meu alimento, ou ainda me dedicando a outras atividades, é o melhor valor que trago comigo. Ao colocar a cabeça no travesseiro, encaro sem medo o resumo da minha existência diária.


Embora eu more sozinha, celebro a Páscoa, do jeitinho muito meu: em silêncio e com tempo de entristecer, alegrar-me, curtir lembranças e saudades e principalmente de renovar-me em desejo. Sem desejo a vida estanca. Desejo de poder fazer mais pelos os que mais precisam. Desejo de compartilhar amiúde com o meu povo, desenvolvendo o amor social de maneira contundente e capaz de provocar mudanças em favor do bem-estar de toda a cidade, nossa Belém tão linda e tão maltratada. Toda semana eu penso no Ver-o-Peso. Que espaço urbano abençoado por natureza e que sofre com tantos relaxamentos e inoperância governamental. Não posso e nem quero ficar só nas palavras e pequenas ações.


Enfim, já abracei, auxilio um cãozinho resgatado do abandonado, preparei minha ceia de domingo e aqui, no Reflexões, compartilho com vocês, alunos, amigos, conhecidos e com os meus amados filhos estas palavras de agora. Um cordial abraço a todos e, apesar dos acontecimentos que nos deixam abalados, um final de semana de harmonia e de confiança em sermos capazes de edificarmos dias melhores.


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