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A MÚSICA EM NOSSA VIDA

Os filmes, as novelas, os seriados e tudo o que precisar de uma trilha sonora para harmonizar, complementar e somar possibilidades do belo e do deleite, lá estão elas, as canções. Assim acontece em nossas vidas. Cada existência tem a sua trilha sonora e cada um de nós tem a sua música. Eu, por exemplo, escolho o que vou escutar enquanto me apronto para a minha rotina cotidiana. Se algum evento merecer algo ainda mais especial, meus sentidos indicam o que ouvir. Disponho de garimpada discoteca e, desse baú sonoro, elegi para quarta-feira de cinzas um sensacional álbum com 5 CDs, 81 faixas de pleno talento. NATALIE COLE. Que espetáculo de cantora. Sabe, o que se apresenta a nós como pesado fica mais leve e a leveza atinge a sublimação. Danço pelo apartamento celebrando o dia e a vida. E o ritual independe de episódios que possam me aborrecer, tirar-me do sério, levar-me às lágrimas ou a uma tristeza avassaladora. Eu sou de carne, osso e sangue nas veias. Muitas pessoas desavisadas dizem a meu respeito, “AH, mais ela tem uma vida muito boa”, “Ela trabalha sem sair de casa”, “Ela não tem chateação de filhos, de marido”, “Ela só faz o que quer”. Tudo isso é verdade. Nada contra essas frases, mas não aceito que as usem para me discriminar como se eu fosse um ET ou um ser à parte de tudo o que é comum aos demais mortais. Como se eu não tivesse o direito de adoecer, de cair, de errar e de ficar triste. Ora, ora, minha gente, desde menina minha postura diante da vida foi obstinada e de convicção. A vida, não poucas vezes quis me entortar, mas eu relutei, empaquei, fingi-me de cachorro morto, na maciota fiz-me gente e continuo nesta elaboração até o momento de minha finitude.


Fui espancada, esmurrada e constantemente humilhada dentro da casa que deveria me proteger, em meio a tanta gente que se dizia minha família. Entendi minha condição de mulher e compreendi que precisava fortalecer-me para reagir, quase sempre em silêncio, sem perder, no entanto, minha essência. Assimilava as boas lições de vida e, até com os meus algozes, uma vez que, mais fortes que eu, não podia, não queria e nem devia eliminá-los, aprimorei-me a ser bem diferente deles.


NATALIE COLE também tem suas histórias para contar. Quem não as tem? E para cada história uma ou várias canções. Hoje, a maviosa voz de NATALIE COLE ecoa pelo ambiente onde passo a maior parte de minha vida.


“Smile”, “Mona Lisa”, “Unforgettable”, (...)

Tem canções que marcaram tanto a minha vida que se tornaram meus hinos e eu as tenho interpretadas por muitos e extraordinários artistas. “La vie en rose”, em 1955, na voz de Édith Piaf, chegava aos meus sentidos, à minha inocência de criança de seis anos, já sabendo ler e escrever alguma coisa, mas que se encontrava bastante distante do conteúdo da linda melodia francesa. Aos domingos, no início da tarde, uma vizinha costumava ouvir música. Foi assim que “La vie en rose” entrou na minha vida para nunca mais sair. Esta e outras canções sempre me ajudaram e ajudam-me a superar situações difíceis. Mozart, por exemplo, acrescenta um ritmo frenético à minha consciência de que é possível, mesmo na tristeza, acreditarmos e desaguarmos na alegria.


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